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     A raça ovina Crioula é autóctone da América do Sul, de tamanho médio, e se caracteriza por apresentar a cara e as extremidades destapadas, e o velo formado por mechas cônicas, de cor variando do branco ao preto, com diversos tons intermediários, que se abre como uma capa, na linha dorso-lombar. Produz carne magra, com maciez e sabor diferenciados, lã e pele naturalmente coloridas, para uso no artesanato (ex., cochonilhos e pelegos). São animais rústicos, longevos, com acentuado comportamento gregário e instinto de defesa; altivos, porém de fácil manejo.

Padrão Racial

Aspecto geral: A Ovelha Crioula têm como características a cara e as extremidades descobertas e velo formado por  mechas de aspecto cônico, de coloração variando do branco ao preto, incluindo tons intermediários. O velo se abre na linha dorso-lombar, caindo lateralmente ao corpo, como uma capa, o que contrasta com a escassa cobertura ventral. Possui tamanho médio, quando comparada às demais raças ovinas brasileiras.  São animais altivos, com acentuado comportamento gregário e aguçado instinto de defesa, porém são de fácil manejo.

 

Aptidão: Produção de lã para artesanato e tapeçaria industrial (carpet wool). Carne magra, com maciez e sabor diferenciados. Pele de qualidade industrial superior, no que tange à resistência e suavidade. Dada a variedade natural de cores e acentuado comprimento de mecha, os pelegos tem demanda popular.

 

Adaptação:  É rústica  e sóbria, adaptando-se a diferentes condições de clima, solo e vegetação. Sobressai-se na espécie quanto à resistência a endoparasitas e problemas podais, quando em condições adversas.

 

Reprodução: Tem puberdade precoce; as borregas aos sete e, os machos, a partir dos quatro meses, em condições naturais de criação. Geralmente, o número de cordeiros desmamados é alto, devido ao elevado vigor destes e habilidade materna. Destaca-se ainda pela longevidade.

 

 

Características fenotípicas

 

Cabeça: Tamanho proporcional ao corpo, longilínea; perfil reto ou semi-convexo, sendo este mais acentuado nos machos. Espaço inter-fossas nasais, lábios e conjuntivas parcial ou totalmente pigmentados, sendo raramente despigmentados. Nos machos, freqüentemente se observa um acúmulo de gordura de reserva na nuca. As orelhas podem ser pequenas e inseridas horizontalmente, de tamanho mediano e ligeira inclinação ou grandes e pendentes, conforme sua origem Fronteira e Comum, Serrana ou Zebua. Pode ser aspada ou mocha. O macho, quando aspado, apresenta um par de chifres de secção triangular, que se abre lateralmente à face. Quando da existência de mais de um par (policerismo), os quais são todos de secção cilíndrica, o superior apresenta-se ereto e, o inferior, curvado em direção à face. As fêmeas, quando aspadas, apresentam chifres de tamanho relativamente menor. Os chifres podem ser pigmentados ou não, rugosos ou lisos. Olhos vivos, podendo possuir a pálpebra superior partida. Os animais desprovidos de chifres podem apresentar topete, formado por mechas longas que cobrem os olhos e o chanfro. Face coberta por pelos lustrosos, de variada coloração. 

 

Pescoço: Delgado, cilíndrico, de tamanho proporcional ao corpo, sendo inserido em posição baixa em relação às cruzes, mantendo a cabeça elevada em relação à linha de lombo.

 

Tronco: Peito estreito e deprimido; corpo mais desenvolvido na parte posterior e estreito na região das paletas. Linha dorso lombar reta, com ligeira inclinação em direção às cruzes, algo salientes. Garupa curta, com pouca inclinação e geralmente angulosa.

 

Membros: Bem aprumados, delgados, porém fortes, cascos podendo ser escuros ou claros. Os pos-teriores podem ser algo fechados e cobertos por lanilha até a quartela. Existe uma variedade enorme de tons dos pêlos que revestem os membros, desde uma coloração uniforme (branca, preta, castanha ou ocre), até manchas e pintas diversas, sendo comum nos animais de tons escuros uma cinta branca em um ou mais membros.

 

Cauda: Delgada, permitindo a palpação das vértebras, mesmo quando gorda.

 

Escroto: Tamanho discreto, com perímetro variando de 20 a 26 cm para borregos e em torno de 35 cm para carneiros.

 

Mamas: Bem desenvolvidas, podendo ocorrer mamilos suplementares.

 

Velo: Pode ser formado por dois tipos de fibra. Um tipo constituído por mechas cônicas e longas, com pouca densidade e diâmetro muito variável, lisas ou discretamente onduladas. Junto à pele pode ocorrer uma camada de lã, composta de fibras mais finas e curtas, com muitas ondulações irregulares, também denominada lanilha. É de toque que varia de áspero a moderadamente suave, sendo pobre em suarda e leve (1,2 a 2,5 kg). A cor pode variar do branco ao preto, incluindo diversos tons intermediários, como por exemplo, amarelo, cinza, marrom, ocre e grisalho, e  todas combinações possíveis destas. Independente da cor, pode apresentar-se manchado, com faixas ou com bandas diferentes na mecha (aguti). Os cordeiros geralmente apresentam a lã encaracolada e garreio, o que deve desaparecer após a primeira tosquia, quando a cor da lã destes também pode mudar.

 

Defeitos eliminatórios: Desvios de coluna (cifose, lordose e escoliose), malformações mandibulares (prognatismo, retrognatismo, agnatismo e desvio lateral), perfil ultraconvexo, defeitos genitais (criptorquidia, hipoplasia, monorquidismo, assimetria testicular), garupa muito inclinada, cauda larga, excesso de cobertura de lã na face e nos membros dianteiros. A desuniformidade acentuada de finura da lã entre as diferentes partes do corpo é caráter eliminatório.

 

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*Proposta apresentada por Clara M.S.L. Vaz, Francisco Perelló Medeiros e Gilson R.P. Moreira, reconhecida pelo Ministério da Agricultura (Processo 21.042.002644/2000-24; Portaria No. 38, de 10/01/2001) 

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